... e suas baianidades
Em Feitio de Oração, canção de Noel Rosa e Vadico, o parceiro de Noel já afirmava que “Samba não se aprende no colégio”,e eu observo que a maioria dos compositores, ou seja, o povo do samba em sua maioria é gente desprovida de recursos financeiros, e muitas vezes semi-analfabeta.
Pois bem. Voltando à nossa realidade cabo-friense, onde o dinheiro público faz a festa para alguns agraciados donos de escolas de samba, os nossos compositores raramente são vistos em rodas de samba, e ganham “algum”, quando vencem as disputas dos enredos na época do carnaval, e justamente na cidade que é considerada celeiro de verdadeiros talentos musicais. Não cito os nomes para não cair naquela velha história de “posso cometer injustiça, se acaso esquecer algum deles”.
Aproveito para recomendar o blog do neto de Silas de Oliveira, um dos expoentes do
samba enredo, e autor de verso como, “Ohh, minha romântica senhora tentação..”, de verdadeira pérola da música popular universal. Junior de Oliveira também é músico, o blog está começando, mas vale a pena dar uma olhada.

A minha loura preferida, - não é a Devassa, - resolveu pegar no meu pé e na minha proverbial preguiça baiana, desde que eu resolvi, a pedido, escrever algumas maltraçadas linhas para a excelente revista Visão Laflora.
A idéia era tecer comentários sobre o samba cabo-friense, mas que samba?
Em Feitio de Oração, canção de Noel Rosa e Vadico, o parceiro de Noel já afirmava que “Samba não se aprende no colégio”,e eu observo que a maioria dos compositores, ou seja, o povo do samba em sua maioria é gente desprovida de recursos financeiros, e muitas vezes semi-analfabeta.
João do Vale, cunhado do nosso Torres do Cabo, não sabia ler, nem escrever, ou seja: era analfabeto de pai, mãe e parteira.
São dele os versos de “Na asa do vento”:
São dele os versos de “Na asa do vento”:

Deu meia noite, a lua faz um claro
Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste
Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste
A aranha tece puxando o fio da teia
A ciência da abeia, da aranha e a minha
A ciência da abeia, da aranha e a minha
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, viu?
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, viu?
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, tá?
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece
A lua é clara, o sol tem rastro vermelho
É o lago um grande espelho onde os dois vão se mirar
É o lago um grande espelho onde os dois vão se mirar
Rosa amarela quando murcha perde o cheiro
O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro
É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar
O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro
É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar, olará, viu?
Todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar, olará, tá?
Todo mundo quer cheirar.
Todo mundo quer cheirar.

Pois bem. Voltando à nossa realidade cabo-friense, onde o dinheiro público faz a festa para alguns agraciados donos de escolas de samba, os nossos compositores raramente são vistos em rodas de samba, e ganham “algum”, quando vencem as disputas dos enredos na época do carnaval, e justamente na cidade que é considerada celeiro de verdadeiros talentos musicais. Não cito os nomes para não cair naquela velha história de “posso cometer injustiça, se acaso esquecer algum deles”.
Aproveito para recomendar o blog do neto de Silas de Oliveira, um dos expoentes do
samba enredo, e autor de verso como, “Ohh, minha romântica senhora tentação..”, de verdadeira pérola da música popular universal. Junior de Oliveira também é músico, o blog está começando, mas vale a pena dar uma olhada.
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