'Será vergonhoso se PMs forem culpados', diz Beltrame
Ricardo Albuquerque
O secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame,
disse ontem que se sentirá envergonhado caso os quatro policiais
militares sejam considerados culpados pela morte de Juan. Beltrame garantiu que
a secretaria vai agir de maneira muito transparente para punir os responsáveis.
“Neste momento, as polícia Civil e Militar fazem um trabalho exemplar de
pacificação. Por isso é triste e, particularmente, até vergonhoso, afinal, a
mesma instituição policial que faz isso (morte de Juan), se for verdade, é a
mesma que atua no processo de pacificação. A gente fica triste por existirem
esses dois lados”, disse.
A declaração do secretário foi feita na manhã
deste domingo, durante a realização da final da Taça Rio — Cidade da Paz, um
evento preparatório para os Jogos Mundiais Militares, na Praia de Copacabana,
Zona Sul do Rio.
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Reconstituição do crime foi feita na noite de sexta-feira com participação
dos PMs que participaram da ação | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O
Dia
GPS de viatura é peça-chave na apuração do caso
Juan
O sistema de localização via satélite GPS das viaturas do
20º BPM (Mesquita) passou a ser uma das peças-chave para esclarecer o caso do
menino Juan, 11 anos, morto dia 20 de junho na comunidade Danon, em Nova Iguaçu,
Baixada Fluminense. O GPS mostra que pelo menos um dos veículos saiu do local do
crime. O carro seguiu em direção à rua atrás do batalhão, onde os PMs prestavam
serviço, voltou à comunidade e depois retornou ao quartel.
Uma dona de
casa localizada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, disse que viu PMs matarem
Juan, esconderem o corpo sob sofá e voltarem 30 minutos depois para colocá-lo em
viatura. No depoimento prestado na 56ª DP (Comendador Soares), os quatro
policiais acusados narraram detalhes do suposto confronto, sem citar a
trajetória dos carros. Sexta-feira, eles e mais três PMs — que estavam perto do
local — participaram da reconstituição. Pelo menos um não teria mencionado o
deslocamento do carro.
Para o delegado Sérgio Henriques, diretor do
Departamento Geral de Polícia Técnica e Científica, cada detalhe é importante
para emitir o laudo sobre a morte. “Recolhemos amostras de sangue na
reconstituição e aguardamos os exames de confronto balístico e a quebra de
sigilo telefônico, para cruzarmos as informações do GPS”.
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