... causa polêmica no TJ
Um artigo do desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal,
publicado segunda-feira em O DIA, causou polêmica no Judiciário. No texto
dirigido ao atual e ao ex-presidente do TJ, desembargadores Manoel Alberto
Rebêlo e Luiz Zveiter, Darlan acusa os magistrados de não terem dado proteção à
juíza Patrícia Acioli. “Renuncie ao seu cargo. No mínimo será muito difícil
seguir à frente do TJ com a morte de Patrícia em suas costas. Ela está agarrada
ao seu corpo e ao de seu antecessor, como uma chaga pestilenta”, disparou
Darlan.
As críticas inflamaram os ânimos no tribunal. “Fui acusado de
quase ser um dos executores do assassinato”, rebateu o presidente do TJ. Em
votação unânime, os 25 desembargadores do Órgão Especial do TJ fizeram moção de
apoio a ele. A afirmação de que “o Judiciário não realiza, por sua conta,
qualquer controle, não monitora seus inimigos: é um Poder-banana”, causou um
mal-estar. “É uma ofensa ao próprio Poder Judiciário. Isso é inadmissível”,
disse o desembargador Luiz Fernando de Carvalho, que abriu a sessão com o ato de
solidariedade. “A reação de vossas excelências demonstra que não perderão a
firmeza e o leme para sair desse beco que estão tentando nos encostar”,
concluiu.
A moção teve o apoio da Associação de Magistrados do Estado.
“Não temos que procurar culpados entre nós. Quem matou a juíza foi o crime
organizado”, disse Nelson Calandra, presidente da Associação dos Magistrados
Brasileiros. Membro da Associação Juízes para a Democracia, o juiz João Batista
Damasceno disse que o artigo reflete a indignação da magistratura. “Por que os
juízes favoritos são escolhidos para fazer curso de defesa pessoal nos Estados
Unidos, enquanto os juízes da área criminal, os que estão sendo ameaçados, são
negligenciados?”, questionou.
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