
Pesquisa mostra que a maioria dos consumidores acredita que esses medicamentos são seguros e eficazes. Já os médicos duvidam da segurança e eficácia
Por: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual
A população tem confiança nos genéricos e até chega a pedir ao
seu médico que os prescreva. No entanto, muitos dos profissionais de saúde
entrevistados ainda têm restrições quanto à qualidade desses medicamentos.
Os dados são de uma pesquisa divulgada na tarde de terça (23) pela
Proteste Associação de Consumidores durante o IX Seminário Internacional de
Defesa do Consumidor, realizado em São Paulo. Para conhecer a percepção e os
hábitos da população quanto aos genéricos, o órgão ouviu 690 consumidores e 119
médicos entre abril e junho de 2011.
Entre os consumidores ouvidos, 83% acreditam que os genéricos são tão
eficazes quanto os medicamentos de marca – para 80%, a segurança é idêntica. A
maioria (90%) apontou facilidade na compra como uma vantagem.
Segundo a Proteste, 45% dos médicos que responderam os questionários
suspeitam que o processo de avaliação e controle de qualidade dos genéricos é
menos rigoroso do que o dos de marca. Embora 92% afirmaram ter prescrito
genérico a pedido dos pacientes ou para reduzir o custo do tratamento, para 44%
deles esses medicamentos são mais vulneráveis a falsificações.
Para 30% dos profissionais de saúde entrevistados, os genéricos não são tão
eficazes e não são tão seguros; para 23% não são tão seguros como os de
referência; 42% não têm o hábito de prescrevê-los; e, para 88%, os
farmacêuticos infuenciam os consumidores a substituírem o medicamento prescrito
pela versão genérica.
Os genéricos, que passaram a ser vendidos no Brasil a partir de 2000,
representam 21% das vendas de medicamentos. A taxa é considerada pequena.
Segundo a Pró Genéricos, entidade que representa os fabricantes do setor, a
principal razão é a judicialização das patentes. Ou seja, os laboratórios entram
com medidas na Justiça para esticarem o direito de exclusividade sobre a venda
de marcas que estão para expirar. “Isso traz uma insegurança para o setor, que
fica sem saber se poderá ou não lançar a versão genérica”, disse Luciano Lobo,
coordenador técnico da Pró Genéricos.
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