
Roberto Pinto, que estava no cargo há dois dias, teve um infarto fulminante e não resistiu
Foi enterrado por voltas 17h30 deste domingo (7), no cemitério Carlinda
Berlim, o corpo do prefeito interino de Teresópolis, na região serrana do Rio,
Roberto Pinto (PR), de 67 anos, que morreu nesta manhã, após um infarto
fulminante.
Ele assumiu a prefeitura na sexta-feira (5), após ser empossado por vereadores do município,
que votaram pelo afastamento por 90 dias do prefeito Jorge Mário (sem partido). Os parlamentares investigam
denúncias de mau uso do dinheiro destinado à recuperação da cidade após as chuvas de janeiro, que matou 392 em Teresópolis.
De acordo com o assessor Ayrton Rebello, o prefeito interino passou às 3h30 e
foi levado pela sua mulher ao Hospital São José, mas não resistiu e
morreu por volta das 6h. Pinto era casado e deixa seis filhos, além
de netos.
O presidente da Câmara de Vereadores de Teresópolis, Arlei de Oliveira Rosa
(PMDB) deve assumir a prefeitura.
Troca de prefeitos
Na sexta-feira, Pinto, que era vice de Jorge Mário, anunciou a troca de todos
os secretários da gestão do ex-prefeito. Ele chegou a se reunir com os novos
ocupantes dos cargos no sábado (6).
Na quinta-feira (4), a defesa do prefeito Jorge Mário entrou com uma nova
ação após a Justiça do Rio ter negado
o pedido de liminar para garantir a sua permanência no cargo.
O advogado do prefeito, Luiz Paulo
Viveiros de Castro, afirma que a Câmara dos Vereadores não poderia ter decidido
pelo afastamento antes de as denúncias terem sido investigadas. Os vereadores
aprovaram o afastamento temporário de Jorge Mário no mesmo dia em que foi aberta
uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
O PT (Partido dos
Trabalhadores) desligou Jorge Mário após as denúncias de mau uso dos recursos
destinados para a reconstrução da cidade, após a tragédia causada pelas chuvas
de janeiro na região serrana.
Irregularidades
No último dia 18, a Secretaria Nacional de Defesa Civil bloqueou
a verba disponibilizada pelo governo federal para as ações de socorro e
assistência às vítimas da cidade. A medida foi tomada diante de indício de uso
irregular do dinheiro público repassado para a prefeitura, conforme constatado
em relatório feito em conjunto com a CGU (Controladoria Geral da União).
O Ministério Público Estadual abriu inquéritos para investigar
denúncias de irregularidades em três cidades que receberam recursos do governo
federal e estadual após as chuvas. Em Teresópolis, os promotores apuram o
superfaturamento de obras e a contratação de empresas de engenharia que
prestaram serviços ineficientes ou já executados por outras empresas.
Seis
meses após a tragédia, os moradores de Teresópolis ainda convivem
com grande quantidade de escombros, lama, lixo e poeira em parte das 79
localidades devastadas pela catástrofe.
A CGU também recomendou o
bloqueio dos recursos repassados pelo governo federal, que somam mais de R$ 7
milhões.
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