Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma’, disse
ele

Polêmica é marca registrada do deputado federal Jair Bolsonaro (PP),
famoso por declarações homofóbicas. Ele voltou a questionar, na tribuna da
Câmara dos Deputados, em
Brasília (DF ), a distribuição de kits sobre diversidade
sexual em escolas públicas e subiu o tom sobre a presidenta: “Dilma Rousseff,
pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com
homossexual, assuma! Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do 1º
grau (atual Ensino Fundamental)”.
POR DAMARIS GIULIANA
O deputado Alfredo Sirkis (PV) discursou na sequência, classificando as
declarações como um “discurso de ódio”, que representou quebra de decoro
parlamentar. “Opção sexual de qualquer ser humano, deputado, é uma questão de
foro íntimo desse mesmo ser”, argumentou.
Para O DIA, Bolsonaro afirmou não ter problemas com Dilma, mas quer saber por
que o ministério da Educação e a Secretaria de Direitos Humanos estão
distribuindo material vetado por Dilma em maio. Segundo o deputado, “falta
firmeza à presidenta”.
“Não me interessa
a sexualidade dela. Quero que ela se exploda”, reagiu. “Vou afinar para a Dilma
agora por que estão fazendo pressão?”, questionou. Bolsonaro alegou estar
defendendo valores familiares. “Bota o material no 3º grau (nível
universitário) que eles vão rir, mas no 1º grau (Ensino Fundamental), não.”
Mesmo prevendo a consequência, o deputado não recuou. “Vão mover mais um
processo de cassação contra mim. Já moveram vários. Um dia vão me cassar porque
isso é jogo de voto. Boiola também vota, né?”, provocou.
O assunto entrou na lista dos mais comentados do Brasil no Twitter. Em seu
perfil, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) —, que protagonizou cena parecida
durante campanha eleitoral, ao questionar a sexualidade do prefeito de São
Paulo, Gil berto Kassab (PSD) —,
comentou o caso. “Bolsonaro pode ter cometido crime de injúria pela afirmação
que fez sobre a presidenta Dilma.” O Planalto não se manifestou.
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