A Polícia Federal indiciou ontem (18) dois advogados presos
com o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem, e apontado
como chefe do tráfico na favela da Rocinha, pelos crimes de corrupção ativa e
favorecimento pessoa. Em
depoimento na PF , Luiz Carlos Azenha e Demóstenes
Armando Dantas Cruz alegaram que estavam conduzindo Nem na mala do carro
em que estavam para que o traficante se entregasse no Distrito de Polícia da
Gávea, no Rio. A reportagem é do jornal O Globo.
O Ministério Público estadual vai decidir se denuncia os
advogados à Justiça, com base no inquérito. Se condenados, eles podem pegar até
oito anos e seis meses de prisão. Azenha e Demóstenes Cruz permanecem presos.
A versão dos advogados foi confirmada pelo subchefe da
Polícia Civil, Fernando Veloso, que em entrevista coletiva disse que a
Subchefia estava negociando a entrega de Nem com os advogados. Veloso afirmou
que, pouco antes da prisão do traficante, policiais da sua confiança receberam
uma ligação de Azenha, dizendo que estava levando Nem para a delegacia.
Em geral, o indicamento indica que a PF não acreditou na
versão dos advogados. Em depoimento, os policiais que prenderam Nem disseram
que os advogados ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados.
Nem foi preso no dia 10 de novembro. Segundo o G1, a prisão foi uma
consequência da ação de homens do Batalhão de Choque, que faziam revistas nos
acessos à comunidade da Rocinha. O carro onde estava o traficante foi
interceptado no local, mas os dois homens que estavam no veículo se negaram a
abrir o porta-malas. Segundo a polícia, eles se apresentaram como um
funcionário do Consulado do Congo e um advogado. Diante da negativa, a polícia
dediciu escoltar a dupla até uma delegacia.
Ainda de acordo com a polícia, no trajeto para o distrito
policial os ocupantes do carro pararam na região da Lagoa. Os agentes contaram
que os homens teriam oferecido propina para serem liberados e seguir viagem. Os
policiais militares não aceitaram e acionaram a Polícia Federal. O porta-malas
foi aberto e o traficante Nem foi detido.
Neste sábado, Nem foi transferidos do Rio de Janeiro
para Mato Grosso do Sul, onde ficará no Presídio Federal de Segurança Máxima,
em Campo Grande. O pedido de transferência foi feito pelo TJ-RJ e
autorizado pela Justiça Federal. O presidente do Tribunal de Justiça,
desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, afirmou que Nem não pode ficar
no estado.
Consultor Jurídico
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