Um sindicalista sugeriu que, em solidariedade a Lula ,
todos também raspassem a cabeça. Virou piada porque o tal sindicalista do ABC
já é careca. Haveria, porém, um jeito sério de transformar o câncer de Lula
numa homenagem à vida --e poderia começar com o próprio Lula quebrando um
silêncio.
Escrevi aqui que o câncer de Lula poderia servir de lição,
ajudando a difundir a relação entre fumo e cigarro. Fiquei aguardando que, em
algum momento, o ex-presidente usasse a força de seu exemplo para condenar o
ato de fumar. Nada. Está, portanto, perdendo a chance de educar as pessoas
sobre os riscos para a saúde pública, usando seu extraordinário poder de
comunicação.
Sabemos que o hábito de fumar é hoje maior entre os pobres
do que entre os mais ricos por falta de informação.
Gostaria de vê-lo dizer o seguinte: companheiros, não façam
a burrada que fiz fumando tanto por tanto tempo.
Ele poderia usar até mesmo aquelas metáforas que os
intelectuais não gostam, mas funcionam.
Seria um gesto simples, educativo, e teria o efeito de
muitas campanhas de saúde pública.
Ajudaria no final a salvar vidas.
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