Diretora da agência não está segura sobre a eficácia do
tampão de cimento do poço no Campo de Frade, e diz que há risco do vazamento
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Imagens aéreas da mancha de petróleo do vazamento da Chevron
(Foto: Rogério Santana/Governo do RJ)
A Agência Nacional de Petróleo (ANP)
informou ontem (9) que a empresa petrolífera Chevron ainda não
conseguiu provar que teve êxito na cimentação do poço que vazou petróleo na
Bacia de Campos. Segundo a diretora da ANP Magda Chambriard, a agência ainda
não está segura sobre a eficácia do tampão de cimento do poço no Campo de Frade
e, por isso, ainda não é possível abandoná-lo. Segundo ela, há ainda risco de
que o óleo possa voltar a vazar.
“Estamos checando a integridade do segundo
tampão de cimento. A gente checa isso através de perfis de cimentação. Esses
perfis de cimentação não estão nos mostrando a perfeita integridade desses
tampões de cimento. Eles ainda não mostram a perfeita aderência do cimento ao
poço. Essa 'bola' está com a Chevron. Ela tem que nos provar que o que fez está
certo. Mas ainda não conseguiu nos provar isso”, disse Chambriard.
De acordo com a ANP, apesar do vazamento
principal ter sido contido, há ainda vazamentos residuais, de gotas de óleo que
atravessam rachaduras no leito submarino. Segundo a diretora, há um equipamento
recolhendo essas gotas. A mancha do vazamento principal ainda se espalha por
uma área de 240 mil metros quadrados.
Chambriard disse que a ANP já constatou dez
“não conformidades” (irregularidades) na plataforma da Chevron no Campo de
Frade, que são alvo de três autos de infração da agência reguladora.
De acordo com a diretora, mesmo antes do
vazamento da Chevron, a ANP vinha mantendo uma fiscalização rigorosa sobre as
plataformas de perfuração e produção de petróleo que atuam no mar brasileiro.
Desde agosto do ano passado, mais de 680 irregularidades foram encontradas em
várias dessas plataformas, levando a interdição de 11 e a emissão de R$ 52
milhões em multas.
Na cerimônia de despedida do diretor-geral
da ANP, Haroldo Lima, Chambriard cobrou do ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, a promoção de um novo concurso público para contratar 150 funcionários,
que reforçariam a estrutura de fiscalização da agência reguladora.
Agência Brasil
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