Mandato de Demétrio Vilagra, que assumiu a prefeitura
após afastamento de Hélio de Oliveira Santos, foi cassado por 29 votos a 4; ele
é acusado de fraudes em contratos com a Sanasa
Os vereadores de Campinas cassaram, no começo da noite de ontem (21), o mandato do prefeito Demétrio Vilagra (PT), por 29 a 4 votos, por quebra de
decorro. É o segundo prefeito a ser retirado do cargo neste ano por uma
Comissão Processante (CP) na cidade. Os votos a favor de sua permanência foram
dos três vereadores da bancada do PT e um do PCdoB, os mesmos que já foram
contrários à formação da CP.
O relatório final da CP tem oito volumes, com 1.440 páginas,
e começou a ser lido às 9h53 de terça-feira, 20. Ao todo, a sessão durou 33
horas ininterruptas.
Rose Mary de Souza - O Estado de S. Paulo
De acordo com a CP, o então vice-prefeito Vilagra assumiu a
prefeitura em sete oportunidades, e sabia das irregularidades acometidas na
prefeitura. De acordo com as informações prestadas pelo ex-presidente
da autarquia Serviço de Abastecimento e Saneamento de Água (Sanasa), Luiz
Castrillon de Aquino, delator do esquema que levou à cassação do então prefeito
Hélio de Oliveira Santos (PDT), todos as acusações são verdadeiras.
Demétrio foi denunciado pelo Ministério Público como
integrante de uma quadrilha que tinha como chefe a ex-primeira dama, Rosely
Nassim Jorge Santos. Ele é acusado de fraude em nove contratos da Sanasa
durante a substituição do então prefeito Dr. Helio. Demétrio chegou a ficar
preso por 22 horas, após seu retorno das férias na Espanha, em razão das
denúncias.
No dia 20 de agosto deste ano, o então prefeito Dr. Hélio
era cassado pela maioria dos votos da Câmara. Vilagra assumiu três dias depois,
sendo substituído em seguida pelo presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT),
entre os dias 28 de outubro a 3 de novembro.
Com a saída de Vilagra, o cargo deve ser ocupado por
Serafim, que determinará a realização de novas eleições em 2012.
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