Presidente também pedirá a Comissão de Ética documentos
sobre o ministro do Trabalho

Situação
de Lupi no governo ficou insustentável após Comissão de Ética recomendar a
demissão deleAILTON DE FREITAS / ARQUIVO
O GLOBO
A presidente Dilma Rousseff decidiu,
nesta quinta-feira, manter o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no cargo,
apesar de a Comissão de Ética da Presidência recomendar a demissão
do ministro diante de
denúncias de irregularidades na pasta e contra ele. Dilma resolveu pedir à
Comissão de Ética a documentação em que o órgão se baseou para recomendar a
exoneração do ministro. A presidente se reuniu com Lupi nesta manhã com a
presença dos ministros palacianos Gil berto
Carvalho (Secretaria-Geral), Gleisi Hoffman (Casa Civil) e Ideli Salvatti (
Relações Institucionais) para discutir o caso.
LUIZA DAMÉ
GERSON CAMAROTTI
Reportagem publicada hoje no jornal Folha de S.Paulo traz
mais uma denúncia contra o ministro. Segundo o jornal, Lupi ocupou ilegalmente,
por quase cinco anos, dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos.
Ao mesmo tempo, Lupi ocupou o cargo na Câmara dos Deputados, em Brasília, e na
Câmara de vereadores do Rio. De acordo com a Constituição, é proibida a
acumulação remunerada de cargos públicos. O ministro prometeu hoje a Dilma
explicar as novas denúncias.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que irá
solicitar à Mesa Diretora da Casa a abertura de uma sindicância para verificar
se houve irregularidade em relação ao acúmulo de cargos. Em relação ao fato de
Lupi ter ocupado um cargo de confiança na liderança do PDT, não trabalhando em Brasília, Maia
afirmou ainda que apenas em 2007 foi estabelecida uma norma da Câmara proibindo
o trabalho de "funcionários que ocupam cargo de natureza especial
(CNE)" de atuarem fora da capital. Até então, não havia tal impedimento.
No início de novembro, a Comissão de Ética começou a
investigar as acusações contra o ministro, pediu explicações sobre os
convênios, mas considerou que a resposta de Lupi foi “inconveniente e
insatisfatória”. A comissão também decidiu, por unanimidade, punir o ministro
com advertência, por descumprimento das regras previstas no Código de Conduta
da Alta Administração Federal.
As decisões da comissão se basearam em matérias publicadas
no GLOBO, no jornal “O Estado de S. Paulo” e na revista “Veja”. Em 6 de
novembro, O GLOBO mostrou que as fraudes em convênios com ONGs ,
conhecidas nas pastas do Turismo e Esporte, se repetiam no Ministério do
Trabalho. Em Sergipe, a Polícia Federal abriu vinte inquéritos para apurar
desvios em ONGs que receberam 11,2 milhões em convênios com o Ministério do
Trabalho.
O GLOBO informava ainda que a Controladoria Geral da União
(CGU) apontou indícios de desvios em convênios com 26 entidades em vários estados. Lupi
disse que não recebeu informação da PF sobre a investigação e negou ter
renovado convênios suspeitos.
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