Operação pretende cumprir 13 mandados de prisão contra PMs

Policiais chegaram de helicóptero à mata da
favela da Coruja
O comandante do Batalhão de São Gonçalo (7º
BPM), tenente-coronel Djalma Beltrami, foi preso na manhã desta segunda-feira
(19), durante uma operação da CGU (Corregedoria Geral Unificada), da Secretaria
de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Um dos objetivos da operação
é cumprir 13 mandados de prisão contra policiais militares suspeitos de
envolvimento com o tráfico de drogas. Outros PMs já foram presos, mas a
assessoria de imprensa não informou quantos.
Em uma ação conjunta chamada Dezembro Negro,
a Polícia
Civil também realiza operação para cumprir 11 mandados
de prisão contra supostos traficantes na comunidade da Coruja, em São Gonçalo,
região metropolitana do Rio de Janeiro. Até as 9h, um homem havia sido
preso. Há também mandados de busca e apreensão.
De acordo com a Polícia Civil, cerca de cem
agentes participam dos trabalhos com apoio de helicóptero e um blindado.
Moradores relataram que houve tiroteio.
As investigações começaram há sete meses, a
partir de denúncias ligadas a homicídios no tráfico de drogas. Os agentes
descobriram o suposto envolvimento de PMs com o recebimento de propinas de
até R$ 160 mil por mês.
Histórico de corrupção no
Batalhão de São Gonçalo
O tenente-coronel Djalma Beltrami assumiu o
batalhão de São Gonçalo depois da prisão do então
comandante, o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, apontado
nas investigações como o mandante do assassinato da
juíza Patrícia Acioli, morta
com 21 tiros no dia 12 de agosto, em Niterói, região metropolitana do Rio.
Cinco PMs, que atuavam no Batalhão de São
Gonçalo sob a tutela de Oliveira, também foram presos, pois são acusados
de forjar um auto de resistência para acobertar a morte em junho de Diego Belieni ,
18 anos, morador do morro do Salgueiro, em São Gonçalo.
Outros três policiais militares também foram
presos por participação na morte da juíza e no assassinato do jovem do
Salgueiro. O tenente Daniel Santos Benitez Lopes e os cabos Sérgio Costa Júnior
e Jeferson de Araújo Miranda estão em unidades prisionais diferentes para
evitar que combinem versão para depoimentos futuros.
O juiz Peterson Barroso Simões decidiu
decretar a prisão do tenente-coronel Oliveira após ouvir o depoimento de um dos
dois cabos presos. O cabo, que estaria ameaçado de morte, resolveu contar tudo
e participar de uma antecipação de prova, obtendo o direito à delação premiada
(que inclui provável redução de pena). Ele teria dito que usou duas pistolas no
crime da juíza. A perícia da Polícia Civil constatou que Patrícia
foi assassinada com 21 tiros de pistolas 40 e 45 e de revólver 38.
De acordo com a investigação, as munições
usadas no crime foram desviadas do 7º BPM.
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