Após cirurgia na mão esquerda, vítima confrontará versão com
a do atacante
O jogador Adriano Imperador deverá depor na
tarde desta segunda-feira (26) na Delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), na
zona oeste do Rio de Janeiro, sobre a jovem baleada na mão esquerda dentro de
seu carro na madrugada do último sábado (24).
O tiro que atingiu a jovem Adriene Cyrilo
Pinto, de 20 anos, partiu de alguém que estava no banco de trás do carro do jogador Adriano, segundo o
delegado titular da 16ª DP, Fernando Reis. Ele explicou que os peritos junto
com o delegado adjunto, Carlos César, concluíram que a pessoa que atirou não
poderia estar em outra parte do carro.
De acordo com Reis, a expectativa é de
que Adriene seja operada na terça-feira (27) e faça parte de uma acareação na
quarta-feira (28).
- A investigação está muito no início.
Também buscaremos por câmeras do local onde estava o carro quando
ocorreu o disparo.
A confusão
Adriene foi baleada na mão esquerda e está
internada ainda sem previsão de alta no Hospital Barra D’Or, na Barra. A
jovem foi ouvida pela polícia no hospital e disse que a arma estava com o
jogador, que estaria sentado no banco de trás da BMW quando houve o disparo.
O jogador Adriano, que esteve no Barra D’Or e foi ouvido pela polícia no
hospital, disse que estava sentado no banco da frente e que as quatro mulheres
estavam no banco de trás, entre elas, Adriene, com a arma. A mesma versão foi
apresentada pelo segurança de Adriano, o tenente reformado da Polícia Militar,
Júlio César Barros de Oliveira, de 52 anos, que é o dono da pistola calibre 40
e que dirigia o carro.
Em depoimento na Delegacia da Barra (16ª DP), ele
contou ao delegado-adjunto Carlos César dos Santos que, antes de entrar na
boate, deixou a arma embaixo do banco e que ela deslizou para o pé da vítima
com o carro em movimento. O segurança disse não saber quem fez o disparo e que
não emprestou a arma para ninguém.
A versão apresentada pelo jogador é a mesma das amigas Adriana Ximenes e Daniele Pena, ambas
de 28 anos, que também estavam no carro. Elas disseram à polícia que a arma estava
com Adriene quando houve o disparo. A quarta mulher que estava no veículo,
Viviane Faria de Fraga, 23 anos, disse que não viu quem disparou.
Polícia busca vestígios de
pólvora
No hospital, peritos recolheram amostras nas
mãos de Adriano e de Adriene para saber se há vestígios de pólvora. A
expectativa é que o resultado saia em oito dias.
Caso não seja possível determinar quem fez o
disparo, o delegado Carlos César dos Santos disse que pretende fazer uma
acareação entre os envolvidos.
Ainda de acordo com Carlos César dos
Santos, se for comprovado que Adriano atirou, mesmo que acidentalmente,
ele responderá por lesão corporal culposa (sem intenção de matar).
A arma é de uso exclusivo das Forças Armadas. Oliveira é chefe da equipe
de seguranças de Adriano e tenente reformado da Polícia
Militar. Segundo a PM, mesmo estando na reserva, o porte de arma dele é
legal.
Uma pré-perícia no veículo localizou a bala no
forro do carro. A lataria não foi perfurada porque o carro é blindado.
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