Vizinha à capital, Niterói já tem 11
notificações do novo tipo do vírus
Carlyle Jr.,
do R7, no Rio
F.L Piton / AE

Desde agosto,
nenhuma morte por dengue é registrada no Rio
Anunciada como motivo de preocupação
pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), a possibilidade de uma grande epidemia de dengue em 2012 pode se tornar
realidade ainda pior com chegada do vírus tipo 4 da doença transmitida
pelo mosquito Aedes Aegypti.
A avaliação é do superintendente de
Vigilância em Saúde do município, Marcio Garcia. Embora a capital fluminense
não tenha registrado nenhum caso neste ano, a vizinha Niterói, na região
metropolitana, já teve 11 notificações do novo vírus.
Segundo Garcia, o avanço da dengue tipo 4 é uma ameaça aos mais de 6 milhões de
moradores do Rio. Ele lembrou que as pessoas que já foram infectadas pelos
outros três tipos não estão imunes à nova versão da doença.
- [a entrada do tipo 4] é uma grande
ameaça para uma epidemia no Rio. Quando você pega a dengue tipo 1, 2 ou 3 fica
imune as esses tipos. Mas não fica imune a um novo tipo. Por isso,
teoricamente, a chegada de um novo tipo significa que a um maior número de
moradores sujeitos à doença.
Além da chegada do tipo 4, a ameaça de uma epidemia de
dengue é cada vez maior por causa do aumento do número de casos da doença, que
saltou de 3.168 em 2010 para 75.936 até o dia 24 de dezembro.
Divulgado nesta terça-feira (28)
pela Secretaria Municipal de Saúde, o boletim semanal da doença informou que a
dengue matou 51 pessoas em 2011, 43 mortes a mais em comparação com 2010.
O bairro de Campo Grande, na zona
oeste, é a área com o maior número de infecções, com pelo menos 14.694 casos
registrados desde o início deste ano.
Desde o último domingo (25), o carro
fumacê reforça o combate a proliferação do mosquito Aedes Aegypti na
zona oeste.
A Prefeitura do Rio também informou
que já foram inaugurados 21 pólos de hidratação em vários pontos da cidade. No
Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, o atendimento acontece 24 horas por
dia.
Combate à dengue nas favelas
O superintendente em Saúde, Marcio Garcia ,
afirmou que as comunidades que ainda não receberam UPPs (Unidades de Polícia
Pacificadora) recebem as mesmas ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti que
as favelas que ainda vivem sob o domínio dos traficantes de drogas e milícias.
Moradores do Complexo da Maré, na
zona norte, e da favela da Vila Kennedy, na zona oeste, relataram ao R7 a ausência de agentes públicos de
combate à doença.
Garcia disse que, por causa da
pacificação, o trabalho dos agentes de endemia nas favelas com UPPs é mais
fácil. Mas, segundo ele, o combate à dengue acontece em todas as comunidades
cariocas.
- Claro que trabalhar em uma favela
pacificada é sempre mais fácil. Mas os agentes estão trabalhando em todas as
favelas fazendo as mesmas ações que acontecem nas UPPs e nos outros bairros.
Paes não concorda com avaliação sobre dengue no Rio
O prefeito Eduardo Paes contestou a
avaliação do Ministério da Saúde que colocou a capital fluminense em situação
de alerta por causa da dengue. Para ele, a classificação correta seria de alto
risco de epidemia.
- Eu quero de novo mudar essa
classificação. A cidade está em alto risco de epidemia e é natural que os
números sejam melhores nos meses de novembro e dezembro. É neste momento que a
gente quer chamar atenção, porque é neste momento que as pessoas relaxam.
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