São João de Meriti e Macaé se juntam a Nova Friburgo e
Duque de Caxias de acordo com o sistema de cheia de rios
Em Duque de Caxias , o
Rio Saracuruna transbordou na tarde desta segunda-feira e pode atingir 2 mil
famílias no bairro da Vila Uruçai. A Defesa Civil municipal vai realizar
uma nova medição no rio e se for confirmado o aumento de nível os moradores
serão encaminhados para escolas da região. Uma igreja e uma escola estão de
prontidão para receber a população.
Além das cidades de Nova Friburgo, na Região Serrana, e Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, os municípios de São João de Meriti, na Baixada,
e Macaé, no Norte Fluminense, também entraram em alerta máximo por conta do
aumento do nível dos rios nesses municípios, de acordo com o Instituto Estadual
do Ambiente (Inea).

No km 33 da estrada que liga Teresópolis a Friburgo houve
um pequeno deslizamento que invadiu uma das pistas | Foto: Leitor
@ElingtonCanella
Desde a
manhã São João de Meriti e Macaé já estavam em alerta (um abaixo do alerta
máximo), por conta das chuvas que caem incessantemente. Já a cidade de
Petrópolis, na Região Serrana segue em estado de alerta. Nilópolis, Mesquita,
Belford Roxo e Nova Iguaçu, na Baixada, e Teresópolis, na Região Serrana, estão
em estado de atenção (dois abaixo.
O sistema
de alerta de cheias é diferente do sistema de classificação de risco adotado
pela Defesa Civil e leva em consideração apenas o nível dos rios monitorados
pelo Inea.
'Enxugando gelo'
Na tarde
desta segunda-feira, o prefeito de Nova Friburgo, Sérgio Xavier de Souza, o
comandante do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio
Simões, e o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel João Paulo Mori,
fizeram um balanço sobre às chuvas que caem desde às 18h35 do sábado na cidade.
Eles tentaram tranquilizar a população e apresentar as ações para evitar
maiores danos.
O prefeito
informou que cerca de 10 mil pessoas vivem em áreas de risco no município e que
líderes comunitários receberam aparelhos celulares onde são informados dos alertas
de chuvas. Desde a tarde deste domingo, em 15 comunidades foram acionadas por
conta das chuvas. Entretanto, o cenário é de grande receio entre as
autoridades. "Estamos enxugando gelo, já que as encostas estão
vulneráveis", afirmou o coronel Mori, ressaltando que há o desassoreamento
dos rios, mas, que simultaneamente acontecem mais escorregamentos de encostas.
O prefeito
de Friburgo também lamentou a burocracia na liberação de verbas da tragédia que
completa um ano no próximo dia 12.
Sem vítimas
Na tarde
desta sexta-feira, a Defesa Civil de Petrópolis divulgou que foram atendidas 86
ocorrências causadas pela chuva desde o começo das chuvas. Na Estrada da
Saudade (Caminho do Fragoso, sem número), um deslizamento de terra interditou a
via. Em Pedro do Rio ,
dois quilômetros após a entrada do distrito, um deslizamento interditou a
principal via. Durante as últimas 24 horas, o maior volume de precipitação foi
registrado no bairro Itamarati, com índice pluviométrico de 93 milímetros .
Também
durante a tarde, a Defesa Civil de Nova Friburgo informou que as chuvas que
fazem a cidade estar em alerta máximo desde a tarde desta domingo, não deixaram
vítimas. Não foi divulgado o número de ocorrências contabilizadas na cidade.
Uma árvore
caiu nesta segunda-feira sobre a rodovia RJ-116, um dos principais acessos à
Nova Friburgo, onde o trânsito é feito em meia pista na altura de Cachoeiras de
Macacu. Em Duas Pedras, o trânsito também está em meia pista por causa do
excesso de lama nas pistas. Nenhum acidente grave foi registrado durante a
madrugada pelo Batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar.
Desalojados em Friburgo
Pelo menos
150 pessoas estão desalojadas em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de
Janeiro, por conta das chuvas que atingem a cidade há mais de 24 horas. O
coronel João Paulo Mori, coordenador da Defesa Civil do município, disse nesta
segunda-feira que esse é o número de moradores que foram atendidos nos 90
pontos de apoio montados pela prefeitura para receber a população em casos de
riscos de enchentes ou deslizamentos.
Ele
acredita que o total de atingidos possa ser ainda maior, já que outras pessoas
podem ter deixado suas casas e buscado apoio em residências de parentes ou
amigos. De acordo com o coronel, a Defesa Civil permanece em estado de
alerta. “A chuva aqui é constante e, em alguns pontos, tivemos acumulado um
volume superior a 100
milímetros . Isso é preocupante porque hoje Nova Friburgo
é um município muito vulnerável. A Defesa Civil está totalmente de prontidão”,
afirmou.

Escadaria no Colégio Anchieta, em Friburgo, neste domingo
| Foto: Leitor @MarceloOrphao
O coronel
Mori informou que foram acionadas sirenes de alerta para risco de inundações e
desabamentos em 14 das 20 comunidades que contam com o serviço. Segundo ele, o
bairro de Córrego Dantas é o que mais preocupa as autoridades no momento.
“A
situação ali merece maior atenção porque, além do problema das encostas, tem
também o risco de enchentes”, explicou. O rio que passa pelo local transbordou
na madrugada desta segunda-feira. Ele acrescentou que 24 técnicos, dois
caminhões e seis automóveis com tração nas quatro rodas da Defesa Civil
estadual foram deslocados para reforçar os trabalhos no município.
Em janeiro
de 2011, a
Região Serrana do Rio de Janeiro registrou a maior tragédia climática do País.
Uma série de deslizamentos de terra e enchentes mataram mais de 900 pessoas e
deixaram quase 400 desaparecidas. Na époica, as cidades mais atingidas foram
Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio
Preto, Bom Jardim e Areal.
Tempo ruim no Estado
O tempo
deve permanecer nublado e chuvoso durante esta segunda-feira em todo o Estado. Para
as próximas 24 horas, o Centro de Operações do Rio destaca a permanência da
Zona de Convergência do Atlântico Sul, que provoca pancadas de chuva, e mantém
o clima instável. A região que mais choveu na madrugada desta segunda-feira no
Rio foi Sepetiba, na Zona Oeste. Houve temporal ainda em Santa Cruz,
também na Zona Oeste, e Irajá, na Zona Norte.
Reportagem de Bruno Guedes,
Marcos Galvão e Mariana Moura
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