12 VOTOS A 2
Roberto Wider, ex-corregedor do TJ-RJ (Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro), foi aposentado compulsoriamente ontem (14) pelo
CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Por 12 votos a 2, os conselheiros
entenderam que ele cometeu irregularidades ao beneficiar pessoas próximas.
Wider ainda pode recorrer da decisão no STF (Supremo Tribunal Federal).
O processo envolvendo o desembargador foi aberto em 2009,
quando a Corregedoria Nacional promoveu uma sindicância no tribunal fluminense.
As apurações constataram que Wider favoreceu um amigo, empregando dois
funcionários de seu escritório de advocacia em cartórios. O desembargador foi
afastado de suas atribuições enquanto a corregedoria investigava as suspeitas.
Wider ainda responde a outros processos no CNJ.
O relator do processo, Fernando Tourinho Neto, votou contra
a aposentadoria compulsória e foi acompanhado pelo conselheiro Silvio Rocha.
Ambos são juízes de carreira. Outro conselheiro que tem origem na magistratura,
Guilherme Vasi Werner, declarou-se impedido de participar do julgamento porque
pertence ao quadro do TJ-RJ.
A maioria dos conselheiros, no entanto, acompanhou o voto da
corregedora Eliana Calmon. Ela lembrou que Wider ainda responde a outro
procedimento administrativo que apura se o desembargador enriqueceu
ilicitamente. Segundo a corregedora, há uma sindicância aberta na Receita
Federal para apurar remessas de dinheiro do desembargador para o exterior e
aquisição de imóveis em Portugal.
Comentários