Em São Paulo, após confusão na apuração do Carnaval, Liga das Escolas discute punições aos envolvidos

Os conselhos de ética e deliberativo da Liga das Escolas de
Samba de São Paulo começam a definir a partir desta quinta-feira (23) a punição
aos envolvidos na confusão que interrompeu a apuração das notas do Carnaval
2012 de São Paulo na última terça-feira (21). A punição pode variar desde uma
advertência até o banimento das escolas que tiverem algum envolvimento
comprovado.
A invasão
que resultou na prisão de Tiago Ciro Tadeu, suposto integrante da Império de
Casa Verde, ainda está sendo investigada pela polícia, mas já gerou efeitos
imediatos, como a ameaça do prefeito Gil berto
Kassab de cortar as verbas destinadas
à Liga caso não ocorram punições, e as acusações de que a segurança foi falha durante
a apuração por culpa da Liga.
O
presidente da entidade, Paulo Sérgio Ferreira, disse na quarta-feira (22) que a
punição pode variar desde uma advertência até o banimento das escolas
envolvidas do Carnaval paulista. Ferreira afirmou, entretanto, que não pode
informar neste momento o que acontecerá, já que é preciso aguardar o fim das
investigações policiais.
- Ninguém
vai acobertar ninguém. Um fato isolado não pode acabar com o Carnaval. Vai ser
cumprida a regra do jogo.
Sobre a
presença do invasor que rasgou as notas na área reservada à diretoria das
escolas, Ferreira procurou isentar a Liga de responsabilidade. Para entrar na
área, era necessária uma pulseira que é dada pela Liga aos presidentes das
escolas para que as distribuam à diretoria. Mais cedo, o presidente da Império
da Casa Verde havia culpado a Liga pela presença do invasor no local, o que foi
negado por Ferreira.
- A escola
é responsável por quem está sentado na mesa. A Liga tem certeza que não saiu
pulseira a mais (…). Ele estava sentado na mesa da escola com a camisa da
escola.
Ferreira
negou ainda que tenha havido um acordo para que nenhuma escola fosse rebaixada
ao grupo de acesso. A acusação também havia sido feita por integrantes da
Império de Casa Verde, inclusive pelo invasor preso. Para Ferreira, essas
afirmações são invenções.
- Não teve
acordo nenhum. A Liga trabalha com regulamento. As escolas iam cair.
Segundo a
acusação, pelo menos seis escolas – Gaviões da Fiel, Vai-Vai, Pérola Negra,
Camisa Verde e Branco, Império de Casa Verde e Tom Maior – teriam discordado
previamente da troca de jurados às vésperas dos desfiles e, diante disso,
realizaram um “acordo” para invadir o espaço onde as notas estavam sendo
anunciadas e impedir a conclusão da apuração.
Para o
presidente da Liga, as pessoas que estão querendo relacionar a troca de jurados
à confusão estão fazendo isso apenas “para tumultuar”.
Comentários