Apenas cinco mulheres participaram do protesto
RIO - Com atraso de mais de uma hora, apenas cinco mulheres participaram do toplessaço na manhã deste sábado na Praia de Ipanema, na Zona Sul. A primeira participante retirou a parte de cima do biquíni, sob os olhares, assobios e até palavras de baixo calão, durante o protesto, em frente à Rua Joana Angélica. Cerca de 200 curiosos acompanharam o ato, que foi marcado pelo Facebook.
Uma das participantes foi a estudante de Ciências Sociais Carolina Jovino, de 18 anos. Ela escreveu no corpo a palavra liberdade.
- Não tenho como esconder uma parte do meu corpo. Quero que as pessoas me digam por que o meu peito é mais chamativo do que os outros. Estou me sentindo reprimida. Ninguém anda pela praia perseguida por 50 pessoas.
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Uma amiga de Carolina, Maria Suprani, de 17 anos, que cursa o Ensino Médio, ficou preocupada com o assédio, mas não desistiu do topless.
- É um preço que se paga. Não há nada que eu possa fazer. Quero liberdade.
No entorno, alguns manifestantes, com roupa, traziam cartazes contra o aumento dos preços das passagens, anunciado pelo prefeito Eduardo Paes, e em defesa do passe-livre nos ônibus.
A engenheira Denise Limpias disse que é a favor da bandeira:
- Essa causa é justa. Acredito que esteja atrasado, porque no Rio tudo atrasa - justifica Denise - O Brasil é a terra do peito e da bunda. A gente vê meninas sem calcinha dançando funk. Então, por que não podemos mostrar o peito na praia? - indaga.
A atriz Tatiana Henrique diz que costuma fazer um semi topless (desamarra o biquíni para tomar sol de bruços) com frequência.
- Tenho vontade de fazer topless, mas fico intimidada. Se a policia vier, vamos comprovar que acontece no Rio o que justifica essa ação: a criminalização do corpo. Isso não pode mais acontecer - recrimina ela.
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