Decisão foi confirmada por Benito Gama (PTB) e José
Agripino (DEM).
Partidos negociavam fusão já para as eleições municipais do ano que vem.
Laís AlegrettiDo G1, em Brasília
Os presidentes do Democratas (DEM) e do Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB) informaram no sábado (30) que desistiram da fusão
que estava sendo negociada entre as duas siglas. Segundo os dirigentes, não
houve consenso interno em torno da divisão do comando da legenda que surgiria a
partir da fusão.
O presidente nacional do PTB, deputado federal
Benito Gama (BA), afirmou que existia uma expectativa de as duas legendas
concluírem as negociações até esta sexta-feira (29), no entanto, explicou, não
houve consenso em relação à composição do diretório que seria formado após a
fusão partidária.
Segundo Gama, o DEM exigiu
que os atuais integrantes do partido tivessem uma participação maior no
diretório nacional da nova sigla. “Tínhamos combinado 50% para cada diretório,
e veio a proposta de 60% para o DEM. Não deu tempo de discutir”, ressaltou.
Apesar da desistência, o presidente do PTB tentou
demonstrar que não há um mal-estar entre os dirigentes dos dois partidos.
“Ficou a experiência. Foi um bom diálogo. Não vai deixar sequelas.”
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia
(RN), negou que seu partido tivesse exigido mais cadeiras no diretório nacional
da futura sigla para formalizar a fusão. “Era meio a meio”, enfatizou. Segundo
ele, o principal impasse ocorreu em relação à quantidade de votos necessários
para tomar as decisões dentro da executiva do novo partido.
“Os Democratas colocaram como condição a definição
da governança para certas matérias serem por 3/5, e o PTB não aceita”, alegou
Agripino.
De acordo com o presidente do DEM, essa proporção
valeria apenas para alteração de regras fundamentais na condução do partido.
Nos demais casos, destacou Agripino, seria a maioria mais um voto.
“O que existe é que o processo de fusão é longo e
passa por premissas. Quando você junta partidos, que podem ter afinidades, mas
não têm relação antiga de convivência, você tem que estabelecer regras de
convivência”, disse.
Agripino afirmou que não há decisão sobre se as
negociações podem ser retomadas após as eleições municipais de 2016. “Não tem
nada ajustado nem no sentido de continuar, nem de não continuar. O que
poderíamos fazer, com eles e com outros partidos, é um pacto nas eleições
municipais em 2016 onde for possível.”
O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes
(GO), afirmou que a bancada do partido sempre teve uma posição contrária à
fusão e defendia que o assunto fosse “melhor estudado”. Ele disse que a
desistência “foi prudente e centrada no interesse da bancada”.
Integrante da base do governo, o PTB tem,
atualmente, o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, chefiado pelo senador licenciado Armando Monteiro (PTB-PE). O DEM, por
outro lado, se consolidou como um dos principais partidos de oposição ao
governo Dilma.
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