José Maria Marin é detido
por corrupção a partir de investigação do FBI. Acusados podem ser extraditados
para os EUA
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Ex-presidente da CBF, José Maria Marin, está entre os presos em Zurique - Felipe Dana / AP |
Em uma ação conjunta das polícias dos Estados Unidos e da Suíça,
sete dirigentes da Fifa foram presos nesta quarta-feira em um hotel em Zurique.
No total, 14 pessoas foram indiciadas por corrupção. Os dirigentes estavam
reunidos para a eleição, nesta sexta-feira, para a presidência da entidade, que
deve dar a Joseph Blatter um quinto mandato. Entre os presos estão o brasileiro José Maria
Marin, ex-presidente e atual vice da CBF e membro do comitê da Fifa;
Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, presidente da Concacaf e um dos
vice-presidentes da Fifa; o uruguaio Eugenio Figueredo, ex-presidente da
Conmebol e também vice da Fifa; Eduardo Li, presidente da Federação da Costa
Rica; Costas Takkas, ex-secretário-geral da Federação de Futebol das Ilhas
Cayman; Julio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; e Rafael
Esquivel, presidente da Federação Venezuelana de Futebol e vice-presidente
geral da Conmebol.
As prisões aconteceram no Hotel Baur Au Lac, de cinco estrelas,
com vista para os Alpes suíços e o Lago Zurique. A diária numa suíte no hotel
suíço custa US$ 4 mil (R$ 12,7 mil).
Segundo o "The New York Times", as acusações estão
relacionadas a um grande esquema de corrupção dentro da Fifa nos últimos 24
anos, envolvendo corrupção, fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e propinas no
valor de US$ 150 milhões (cerca de R$ 450 milhões) ligados a Copas do Mundo e
acordos de marketing e de transmissão de jogos pela televisão. Os mundiais da
Rússia (2018) e do Qatar (2022) são alvos da investigação de agentes do FBI, a
polícia federal americana (Lei americana permite a
investigação de estrangeiros).
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O envolvimento do Brasil no escândalo da Fifa não deve se limitar
à prisão de José Maria Marin. Nota divulgada pelo Departamento de Justiça
americano, após as prisões, cita a CBF em suposto suborno pago em negocialção
da entidade com “uma grande marca esportiva americana” — que, no caso, seria a
Nike, fornecedora da seleção brasileira desde os anos 1990 (saiba mais sobre essa conexão).
Ainda de acordo com o "NYT", os detidos deverão ser
transferidos para os Estados Unidos. O Departamento de Justiça americano
planeja anunciar acusações de corrupção contra dirigentes da Fifa.
Blatter não está entre os acusados, mas também foi alvo da
investigação. Funcionários próximos ao presidente da Fifa devem estar entre os
que serão indiciados. As acusações são o resultado de uma investigação de três
anos do FBI.
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