O
Rio de Janeiro pode enfrentar uma epidemia de chikungunya neste verão. Esse é o
alerta feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e demais órgãos municipais e
estaduais de saúde. De janeiro até outubro deste ano, já foram registrados
cerca de 37 mil casos da doença no estado, no mesmo período de 2017 foram
notificadas apenas 4.425 ocorrências.
Para
o coordenador de Vigilância e Saúde do laboratório de referência da Fiocruz,
Rivaldo Venâncio, o aumento de casos de chikungunya representa um desafio para
o estado do Rio, que vem enfrentando dificuldades políticas e econômicas.
“Estamos falando de uma doença relativamente
nova no Brasil e também no Rio de Janeiro. Boa parte dos profissionais de saúde
formados há mais de cinco anos certamente não teve contato com informações
relativas a chikungunya. Então, nós temos um desafio adicional que é capacitar
esses profissionais de saúde de várias categorias que irão fazer o
atendimento”, disse o coordenador.
Ele
também explica que há uma preocupação com o aumento de casos de febre amarela
durante o verão, já que a população do estado do Rio ainda não está devidamente
vacinada. Neste ano, 268 casos já foram registrados.
“Estamos
muito preocupados com a possibilidade de enfrentarmos, neste verão, os mesmos
fatos que ocorreram com a febre amarela no mesmo período de 2017 para 2018. Por
isso a Fundação Oswaldo Cruz, que é a fabricante da vacina contra febre
amarela, faz o apelo para que a população não vacinada procure as unidades de
saúde para se vacinar, que é a forma mais segura de evitar a doença”, explicou.
Prevenção
A
chikungunya é uma doença viral, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti,
também vetor da dengue, zika e febre amarela. O subsecretário de Vigilância em
Saúde, Alexandre Chieppe, explica que a Chikungunya pode ser prevenida, mas é
importante estar atento aos sintomas. “É uma doença que se parece com a dengue.
Ela atinge as articulações, juntas, e pode durar por semanas, meses e até
anos”.
No
Rio de Janeiro, o período de maior risco de transmissão é entre janeiro e maio.
“A orientação é para a pessoa com febre súbita e elevada procure um posto de
atenção à saúde para que seja feita avaliação. Os grupos de risco de
chikungunya são: crianças e pessoas mais idosas, principalmente aquelas que têm
doenças crônicas associadas”. completa Chieppe.
Para
evitar a doença, a Secretaria de Saúde recomenda eliminar qualquer
possibilidade de água parada e também investir em medidas de proteção pessoal,
com o uso de repelente de forma regular.
“O
Rio de Janeiro vem se preparando há algum tempo, desde as epidemias de dengue. Hoje,
no estado do Rio de Janeiro, todas as secretarias municipais de saúde têm
planos de contingência elaborados para dar assisitência ao aumento de casos. O
desafio de uma epidemia de Chikungunya é enorme, mas, hoje, essas doenças, de
certa forma, têm um plano de ação preparado”, acrescenta o subsecretário.
*Estagiária sob supervisão de Mario Toledo.
Edição: Valéria
Aguiar
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