Amamentar pode reduzir em até 13% a mortalidade
infantil em crianças de até 5 anos
O Ministério da Saúde lançou esta semana, na sede da
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a campanha de incentivo ao
aleitamento materno até os 2 anos de idade e uma série de ações para estimular
a prática. O goleiro da seleção brasileira, Alison Becker, e sua esposa,
Natália Loewe, são embaixadores da Organização Mundial da Sáúde (OMS) e
participaram da cerimônia de lançamento por meio de um vídeo de apoio a
campanha.
A
amamentação é capaz de reduzir em 13% a mortalidade infantil por causas
evitáveis em crianças menores de cinco anos de idade, afirmou o Ministério da
Saúde, que abriu a Semana de Incentivo à Amamentação. A iniciativa ocorre em
170 países.
A peça
publicitária será veiculada de 1º a 15 de agosto. Durante o evento, o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, resumiu todas as ações da Pasta para
incentivar o aleitamento materno, que ele considera um dos pilares da Saúde
Básica, junto com a vacinação.
“Estamos
investindo quase R$ 3,5 milhões nessa Campanha nos diferentes meios de
comunicação. Estamos aumentando o número de Hospitais Amigos da Criança,
estamos abrindo parceria com Rede Privada, para que eles façam salas de
amamentação”, informou Mandetta.
Segundo
Mandetta, as taxas de amamentação nos municípios serão levadas em conta para o
pagamento dos profissionais do Programa 'Médicos pelo Brasil', que será lançado
oficialmente pelo Ministério, em Brasília.“Quando tivermos a discussão sobre
pagamento da Saúde Básica, a amamentação será um dos pilares, afirmou o
ministro.
Experiência
única
Um grupo
de mães que amamentam participou da cerimônia de lançamento da Campanha de
Incentivo ao Aleitamento Materno, entre elas a jornalista Nayane Taniguchi, mãe
de Lucas, de 11 meses. Nayane pretende amamentar o bebê até os dois anos de
idade, porque considera que é uma experiência única entre mãe e filho.
“Eu
pretendo amamentá-lo até o dia que ele quiser, na verdade. A gente segue as
recomendações da Organização Mundial da Saúde. Eu pretendo seguir a indicação e
até dois anos de idade. E se, até os dois anos de idade, ele tiver vontade de
mamar, ele vai mamar”.
A juíza
Caroline Lima também participou da cerimônia do Ministério da Saúde para
estimular a amamentação. Grande incentivadora do aleitamento materno, Caroline
já credenciou quatro salas de apoio à amamentação no Tribunal de Justiça do
Distrito Federal. A magistrada amamentou as duas filhas por mais de dois
anos. No evento, Caroline enumerou os vários ganhos que teve no ato de amamentar
as filhas.
“A gente
nunca comprou um antibiótico, nunca precisou apresentar um atestado, desmarcar
uma audiência para cuidar de filho doente. Elas têm saúde excelente, não têm
alergia. E o vínculo estabelecido com a mãe isso não existe dinheiro no mundo
que pague. Aquele olhar…. Até hoje, às vezes, eu vejo fotos delas bem
pequenininhas mamando, aquele olhar, mãe e filha, e o maior valor que vou
carregar para o resto da vida. Então, esse é o maior ganho”.
Além da
propaganda, o Ministério da Saúde anunciou que vai habilitar 39 Unidades de
Saúde como Hospitais 'Amigo da Criança'. Isso significa que a pasta vai
repassar a esses locais um total de R$ 11 milhões por ano para ajudá-los nas
práticas que já adotam de incentivo à amamentação dentro e fora das Unidades de
Saúde.
Entre as
ações para expandir a prática do aleitamento materno, a Pasta da Saúde também
pretende retomar levantamentos sobre amamentação para saber como ocorre o ato
em todo o Brasil. Segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, a última pesquisa
do gênero foi realizada em 2008.
Além
dessas ações, o Ministério da Saúde anunciou duas novas salas de apoio à
amamentação no Distrito Federal: uma na Fundação Instituto Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e outra no Ministério da Cidadania. Em todo o País, já estão
credenciadas 228 salas de apoio à amamentação.
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