São Gonçalo e Petrópolis foram as cidades com
reajustes mais altos no estado
Por Marina Cardoso
A volta às aulas se aproxima, porém, o que já começou há
alguns meses para muitos pais e responsáveis foi a preocupação ao ver o
valor do boleto. Isso porque de acordo com pesquisa da plataforma Melhor
Escola, as mensalidades sofreram um aumento de até 30% para 2020 em comparação
aos preços praticados em 2018, acima do IPCA, que no ano passado ficou em
4,31%.
Para a pesquisa foram analisadas cerca de 80
escolas da rede privada em 13 cidades do Estado do Rio, desde o berçário até o
Ensino Médio. Os dados obtidos sobre esses dois anos referem-se às mensalidades
sem qualquer tipo de desconto, como bolsa de estudo por nota ou pela quantidade
de filhos matriculados.
As cidades que apresentaram escolas que sofreram o maior
reajuste nesses dois anos foram São Gonçalo e Petrópolis, com um aumento de
30%. A primeira registrou um crescimento de R$ 289,24 para R$ 375,80. Já a
cidade da Região Serrana foi de R$541,79 para R$ 704,55. Por outro lado, Nova
Iguaçu teve movimento contrário. Em 2018, o valor médio da mensalidade na
região custava em torno de R$ 532,15, mas neste ano passou a R$453
(confira no quadro ao lado o valor das cidades pesquisadas).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São
Gonçalo (Sinepe/SG), Rafael Siqueira, há escolas não filiadas à entidade que
não seguem a planilha recomendada. "As unidades têm autonomia e a
planilha delas. Esse valor alto tem que ser justificado, representar uma
melhoria, tecnologia e ampliação física. Mas aqui, nós orientamos que as redes
precisam levar em conta a situação da economia do estado e a renda das famílias
e temos acompanhado a inflação", afirma.
O Procon Estadual alerta para os pais solicitarem à
escola a planilha de custos, onde ficará mais claro os motivos dos reajustes.
Além disso, podem também buscar negociar os valores das mensalidades, que só
podem ser ajustadas uma vez por ano.
Se ainda assim acreditarem que o aumento foi excessivo,
deve procurar os Procons locais para terem assistência em suas demandas.
Bolsa de estudo pode ser alternativa para correção
Como os valores das mensalidades escolares
continuam subindo, a economia permanece estagnada e a taxa de desemprego alta,
o cenário resultou no aumento da procura por descontos, mas também na oferta
por parte das instituições de ensino. De 2018 pra cá, o número de escolas
que passaram a oferecer bolsas de estudo por meio do programa Melhor Escola
cresceu de 18 para 182.
Wagner Marques, diretor de um colégio no Rio, decidiu
ampliar a parceria para mais uma unidade, o Colégio Equipe 1, em São Gonçalo,
uma das cidades com um dos maiores aumentos. "Nós tivemos uma
diminuição da inadimplência na escola e as vagas ociosas que a gente tinha em
sala de aula, nós conseguimos supri-las," conta Marques.
O programa traz benefícios para os dois lados; para a
escola que diminui a porcentagem de atrasos no pagamento, e para os pais que conseguem
economizar. É o caso da Eliana Cristina Antônio Costa, de 46 anos.
Eliana explica que chegou a visitar algumas escolas para
o seu neto de 5 anos que iniciará a pré-escola esse ano, porém o alto custo a
desencorajou. "Eu queria colocar ele em uma escola particular, perto
de casa e em período integral. Acredito que teria uma educação melhor, com mais
atividades e estudo", disse.
Fonte: https://odia.ig.com.br/
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